Circuitos #30
📚 Para ler: O Retorno de Dulce Maria Cardoso
Há mais de mil histórias sobre o fim da era colonial portuguesa. Dos retornados, os portugueses brancos que voltaram à metrópole em 1975, os retratos sucederam-se na literatura nacional, mas poucos com a força deste. Rui, 15 anos, narra o regresso a uma terra que não é a sua, por entre os fantasmas do passado e a inquietação de um presente entalado entre o romper da adolescência e a violência de um processo traumático para todos os envolvidos. Comovente, visceral e arrebatador.
Originalmente editado em 2011, O Retorno tem sido aclamado como uma das obras fundamentais da literatura contemporânea nacional. Agora, tem direito a uma edição comemorativa dos 10 anos, disponível na Tinta da China.
🎧 Para ouvir: Oceano-Mar de Ocenpsiea
Entre o jazz e a pop, vestígios de hip-hop e de psicadelismo, a música dos Ocenpsiea é uma mescla difícil de descrever. Talvez lá fora encaixasse bem na nova escola de jazz londrina, a destilar sintetizadores e teclas hipnotizantes, mas o que é certo é que o seu som não tem par por cá - ritmo que nos assalta a cada compasso e melodias deambulantes que se cravam na memória, por evocarem outros tempos e convocarem todos os sentidos. De produção imaculada, Oceano-Mar é o terceiro álbum do quarteto bracarense e a ilustração perfeita de que há espaço para a magia que é cruzar géneros sem pudores. Nota de louvor pelas deliciosas colaborações com PZ e David Bruno.
Para ouvir nas plataformas habituais de streaming e agarrar no bandcamp da banda.
📺 Para ver: Mirai de Mamoru Hosoda (via RTP Play)
Quando Mirai nasce, Kun ressente-se ao aperceber-se que deixará de ser o foco de atenção dos seus pais. Entre a ansiedade do ciúme e o orgulho da responsabilidade que é tomar conta de alguém, Mirai é uma viagem pelas emoções contraditórias de um irmão mais velho que descobre o seu novo papel em função de uma irmã mais nova acabada de chegar. Um retrato profundo da irmandade, com a candura que só a infância permite.
Um filme de Mamoru Hosoda, nomeado para o Óscar e Globo de Ouro, na categoria de animação, em 2018. Para ver na RTP Play.
🎮 Para jogar: Ooblets
Para quem gosta de jogos como Pokémon, Stardew Valley e Animal Crossing, mas acredita que ficariam melhor com batalhas de dança, Ooblets é o jogo ideal. Tudo começa com uma mudança para Badgetown, uma cidade repleta personagens vivaços e Ooblets. Desafia Ooblets para batalhas de dança e, caso ganhes, receberás uma semente, que poderás plantar para que nasça um novo membro da tua equipa. À medida que fazes dinheiro com a tua quinta e ajudando os outros, vão sendo desbloqueados novos itens, espaços e aventuras. Com diálogos cheios de humor e gráficos demasiado adoráveis, é um jogo repleto de pormenores encantadores.
Ooblets ainda não saiu oficialmente, mas os mais curiosos já podem agarrar uma versão de pré-lançamento na Xbox ou para PC.
🎡 Para ir: Guimarães Jazz
A Oficina assinala o trigésimo aniversário do Guimarães Jazz com mais uma edição do festival. Nas prestações ao vivo, há mais de uma dezena de concertos listados, mas destacamos Niels Klein Trio & Orquestra de Guimarães(dia 17), Black Art Jazz Collective (dia 19) e a emblemática Frankfurt Radio Big Band, que terá honras de encerramento do festival, ao lado de Melissa Aldana (dia 20). Além da música ao vivo, há também exposições para descobrir e, claro, jam sessions para apreciar.
Até 20 de novembro, o Guimarães Jazz ouve-se no Centro Cultural Vila Flor. Bilhetes e informações adicionais, no site oficial do evento.