Circuitos #24
📚 Para ler: Revista Gerador (nº35)
A Revista Gerador está em mudança e as artes dão, cada vez mais, espaço à sociedade. “O que define a interioridade?” é a questão que assalta a capa e invade quase vinte páginas, num excelente trabalho que levanta o véu sobre as narrativas que determinam o Interior de Portugal e a sua condição. Neste número, destaque para a grande reportagem À descoberta das cores resistentes a um preconceito sombrio, de Carolina Franco, sobre histórias LGBTQI+ fora dos grande centros urbanos; para A terra paga-me em vida, eu pago à terra em matando, uma reportagem de Francisco Colaço Pedro sobre o ecocídio no Alentejo e para a obra literária de Isabela Figueiredo.
Disponível na loja do Gerador.
🎧 Para ouvir: Bem Bonda de Criatura
O segundo álbum da Criatura é uma homenagem à tradição beirã. «Bem Bonda, que é como quem diz já chega / porque me aperta o peito e falta-me o jeito / quando o mundo me deixa assim, desfeito» - os versos de Edgar Valente e Gil Dionísio ribombam por entre ritmos ancestrais, redefinindo uma modernidade interventiva ancorada nas perpétuas lutas da humanidade face à fome, ao trabalho, à saudade. Um resgate do folclore português que não tem medo de atirar a sua semente para o futuro, uma poesia cheia de adufes e tons épicos. Bem sabemos que ainda falta para este tipo de balanços, mas arriscamos já a afirmação: é um dos melhores discos nacionais do ano.
Disponível nas plataformas habituais de streaming, no Bandcamp e através do grupo exclusivo BANDO.
📺 Para ver: Afeganistão: Terra Ferida (via RTP Play)
A saída das tropas norte-americanas do Afeganistão, vinte anos depois da invasão, voltou a colocar o país asiático nas manchetes do mundo inteiro. Mas a tragédia afegã antecede o extremismo do regime Taliban, bem como esta e outras invasões (caso da soviética, nos anos 80). Realizada por Marcel Mettelsiefen e Mayte Carrasco, esta minissérie documental oferece uma visão transversal sobre a história recente do Afeganistão, dos anos 60 até aos dias de hoje, num retrato que ajuda a compreender uma boa parte dos conflitos que lavram no território há décadas.
Para ver na RTP Play.
🎮 Para jogar: Hades
O jogador controla Zagreus, filho de Hades, enquanto tenta escapar do Submundo, para chegar à superfície, com o auxílio de deuses e heróis da mitologia grega. Cada corrida é um desafio através de uma série aleatória de salas cheias de inimigos, nas quais o jogador terá de utilizar uma variedade de combinações de armas, poder de colisão e habilidades mágicas para derrotá-los e tentar chegar o mais longe possível. Embora Zagreus morra frequentemente, é possível utilizar os tesouros adquiridos para melhorar certos atributos ou desbloquear novas armas e habilidades, para aumentar as chances de escapar nas corridas vindouras. De notar a qualidade do texto e a banda sonora assinada por Darren Korb, com uma forte influência de metal.
Criado pela SuperGiant Games, Hades está disponível para PC, Mac OS, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, Playstation 4 e Playstation 5.
🎡 Para ir: Encontro da Canção de Protesto
A canção assumiu-se há muito tempo como expressão natural da arte enquanto forma de resistência. Em Portugal, a luta pela atual democracia encontrou neste reduto o eco de materialização da voz do povo. De regresso a Grândola, o Encontro da Canção de Protesto tem espaço para conversas e concertos (claro) e uma exposição organizada pelo Observatório da Canção de Protesto sobre os 150 anos da Internacional. Paco Ibáñez, Sérgio Godinho e a britânica Gracie Petrie são alguns dos nomes que farão as suas vozes ecoar pelo recinto do Complexo Desportivo José Afonso.
De 10 a 12 de setembro, em vários espaços da vila de Grândola. A entrada é gratuita, mas exige reserva antecipada de lugares. Mais informações no sítio da Câmara Municipal de Grândola.